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As fraturas proximais do úmero são classificadas de acordo com o número de fragmentos envolvidos. As fraturas de dois, três ou quatro fragmentos referem-se à fratura do osso em diferentes partes, sendo que, quanto maior o número de fragmentos, maior a complexidade da lesão.
Também existem as fraturas do tipo "head-splitting", que afetam a superfície articular, separando a cabeça do úmero. Além disso, podem ocorrer fraturas no pescoço anatómico (na junção entre a cabeça do úmero e as tuberosidades) e no pescoço cirúrgico (logo abaixo das tuberosidades).
A etiologia das fraturas proximais do úmero está frequentemente associada a quedas, especialmente em idosos, a trauma direto na região do ombro e a trauma de alta energia em utentes mais jovens. Condições como a osteoporose e doenças metabólicas aumentam a predisposição para este tipo de lesão, uma vez que fragilizam o osso.
Do ponto de vista epidemiológico, as fraturas do úmero proximal têm padrões demográficos bem definidos. São mais frequentes em indivíduos com mais de 60 anos, representando cerca de 75% dos casos, com uma maior incidência em mulheres, especialmente após a menopausa, devido à relação forte com a osteoporose. As fraturas do úmero proximal representam cerca de 5% de todas as fraturas em adultos, com a prevalência a aumentar com o envelhecimento da população.
O tratamento das fraturas proximais do úmero varia conforme o tipo de fratura e as características do utente:
- Para fraturas não deslocadas ou minimamente deslocadas: o tratamento conservador é frequentemente suficiente. Este envolve a imobilização do braço, fisioterapia e controlo da dor, com ênfase na mobilização precoce.
- Para fraturas deslocadas: a intervenção cirúrgica é necessária, podendo envolver diversas opções, como a redução aberta e fixação interna ou, em casos mais graves, a artroplastia inversa do ombro.
O processo de recuperação das fraturas proximais do úmero segue uma progressão faseada:
1. Fase aguda (0-2 semanas): o foco é o controlo da dor e a imobilização inicial, com exercícios básicos de amplitude de movimento.
2. Fase subaguda (2-6 semanas): inicia-se a mobilização progressiva, exercícios de fortalecimento e atividades funcionais.
3. Fase de consolidação (6-12 semanas): o foco passa para o fortalecimento avançado e o regresso às atividades normais.
O tempo total de recuperação pode variar consideravelmente, dependendo da complexidade da fratura, do método de tratamento escolhido, da adesão do utente à reabilitação, do estado geral de saúde e da presença de condições comórbidas, como a osteoporose.
Da autoria da fisioterapeuta Sofia Dias